Vi nos bancos do jardim
Alguns velhinhos sentados
Com a vida a chegar-lhe ao fim
E os rostos amargurados
Alguns já são reformados
Da reforma se governam
Já nada do futuro esperam
Disso estão desmaginados
Pois já estão acostumados
A passar a vida assim
E muito desesperados
Vi no banco do jardim
Andam daqui para ali
Sem dinheiro para gastar
Sem tabaco para fumar
Mesmo daquele mais ruim
Ninguêm me disse que eu vi
Seus rostos amargurados
Vi ao passar por ali
Alguns velhinhos sentados
Quando passo por aqueles lados
E vejo aquela cena triste
E o pouco interesse que existe
pelos pobres dos reformados
Eles dão pena coitados
E triste velos assim
Vêm-se tão mal esperançados
Com a vida a chegar ao fim
O se destino é assim
Depois de tanto trabalhar
Ainda tem que mendigar
Se querem chegar ao fim
Para recordarem ali
Penas dos tempos passados
Juntam-se ao pé do jardim
Com os rostos amargurados
20-03-83
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